Sunday, December 03, 2006

ontem vi te descer o rio numa casca de noz....

Saturday, December 02, 2006

brincadeiras de voo

ás vezes perco me em devaneios incertos em que a razão é apagada no limiar da lua quando a noite se apazigua e o silêncio acontece...
há vezes em que me procuro na ausência desencontrada do encontro em que o mundo parte como se não fosse agora nem nunca. como num instante em que se perpectua a loucura de arriscar e ser um pouco mais, um pouquinho mais em que se perpectua o sonho com lápis de carvão daqueles que não se apagam.
abrem se as janelas e as portadas, as portas e as cortinas e eu voo com a brisa para um sítio que só ela sabe pois só ela é vento, só ela é força.
adormeço me na esperança que o vento que voa nos telhados sejam as últimas folhas de outono...
ou as primeiras da manhã...(tudo isto a dormir, voando sem peter pan)

rascunho antigo de um tempo presente

num encontro inesperado de ventania lanço-me à reluzente água que me espera num abraço frio mas envolvente onde me largo e me deixo ir como uma folha de outono num dia de inverno a fingir que é primavera.
rodopio lançando o mundo em vários sítios, pegando em cada uma das partes e reformulando o puzzle do cimo duma árvore sorrio... porque há instantes que acontecem muito depressa que não dá para pensar... pensar na história que há de vir, lembrar a que acabou de acontecer..
vindos de longe os pedaços de ventania sorriem contra os vidros fechados na última hora da noite. na hora de todas as coisas, onde todas as forças se reunem para dar luz ao dia ou simplesmente para estar... mais um momento.
eu pertenço à terra que me viu nascer, aquela que com os olhos pardos de espanto me ocupa e abandona logo no momento a seguir quando me deito para trás do momento mais alto que conheço;os meus olhos e fico me mais um pouco por lá onde as horas penduradas dão lugar a um momento onde as palavras repousam do cansaço de quem chega tarde sem marcar horas...

desencontro-me

hoje nasci ao contrário, de pernas para o ar, respirando sem vento nem brisa, velejando sem barco nem rumo, errando no rio para onde vertem todas as coisas sem sentido e sem sítio...
hoje sem sítio, hoje sem tempo, agora sem paciência, sem medo ou força....
paralelo ao sítio onde não me encontro as coisas que fluem como num riacho de madrugada onde as horas derretem com o calor de um sol fugídio e sem solo para amar.onde as pequenas partes do instante se confundem com o momento anterior que já não é porque nunca foi... e assim parto de mim para outro sítio qualquer onde haja um pouco mais de mim por aí..

Monday, November 27, 2006

caminhando....

pequenas gaivotas

pequenas gaivotas preenchem os vazios largados no areal
pelas outras gaivotas que se lançam no ar
em busca daquilo que não encontram
em terra,
sonhos distantes dum sítio que voltam sempre que lhes apetece...