okupação

ocupas-me o desasossego do sono, a inquietude demorada de um olhar que foge a querer ficar perto.

despedida

vi te voar ontem à noite mesmo perto da minha janela. vieste me sussurrar que vais para longe e que as palavras ja não doem, que o tempo cura as dores de alma, que ao crescer aprendemos a ter tempo.
vieste me também dizer que as pessoas são livres de coraçao e um dia vamos ser todos felizes. e com isto foste embora tão de mansinho como entraste, lembrando ao tempo que passou o quanto sorrimos os dois... de mansinho pela vida.

guardo as palavras que me faltam no bolso meio roto do tempo onde se guardam as memórias de tudo e mais alguma coisa.
e mais alguma coisa é o que falta.

burburinhos de sitos distantes ecoam me no outro lado da alma... o tempo passa inerte pendurado da mais alta arvore do meu caminho.
lembro me de sítios em que fui e sonhos voando com as asas contra o vidro da janela porque é tarde e lá fora faz frio...desembrulho me em mim e penso em ti, no que estarás a fazer agora.
guerras de palavras mudas em caminhos entrecruzados... penso em ti e sou outra vez peter pan menina.